
Acidente aéreo deixa pelo menos 260 mortos na Índia

Um avião da Air India, que se dirigia para Londres com 242 pessoas a bordo, caiu logo após a decolagem, nesta quinta-feira (12), em uma área residencial da cidade indiana de Ahmedabad, deixando pelo menos 260 mortos, incluindo vítimas em solo.
A aeronave caiu em uma área onde moram e estudam médicos e suas famílias. Um jornalista da AFP viu a recuperação de corpos no local do acidente, assim como a parte traseira do avião pendurada na beira de um prédio contra o qual se chocou.
"O balanço dos mortos no acidente de avião já é de 260", informou a delegada Vidhi Chaudhary, segundo quem pelo menos 19 pessoas teriam morrido em solo quando o Boeing 787-8 Dreamliner caiu.
Embora inicialmente se temesse que todas as pessoas a bordo tivessem morrido, Dhananjay Dwivedi, secretário estadual da Saúde, disse à AFP que um sobrevivente foi encontrado e hospitalizado.
"Metade do avião se chocou contra o prédio residencial onde moravam médicos com suas famílias", disse Krishna, um médico que não deu seu nome completo. "O nariz e a roda dianteira bateram no prédio da cantina, onde estudantes almoçavam", acrescentou.
Este médico disse ter visto "entre 15 e 20 corpos queimados" e ele mesmo, juntamente com outros colegas, resgataram 15 estudantes.
A autoridade da aviação civil da Índia disse que havia 242 pessoas a bordo do avião, inclusive dois pilotos e dez tripulantes de cabine.
A Air India, por sua vez, informou que a aeronave levava 169 passageiros indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. O voo se dirigia para o aeroporto londrino de Gatwick.
"A tragédia em Ahmedabad nos chocou e entristeceu. É devastador para além das palavras", disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, após o acidente com o voo 171.
O presidente americano, Donald Trump, lamentou o "terrível" acidente. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, falou de cenas "devastadoras" e o rei Charles III se disse "chocado".
- "Devastador" -
Ahmedabad, a principal cidade do estado indiano de Gujarat, tem cerca de oito milhões de habitantes e o aeroporto, muito concorrido, é cercado de áreas residenciais densamente povoadas.
"Quando chegamos ao local, havia cadáveres jogados e os bombeiros apagavam as chamas", disse Poonam Patni, um morador do local. "Muitos dos corpos foram queimados", assegurou.
Jornalistas da AFP viram médicos usando um carrinho para levar os corpos para uma ambulância.
O avião caiu em uma área situada entre um hospital e Ghoda Camp, um dos bairros da cidade.
O aeroporto foi fechado e todos os voos foram "suspensos até novo aviso", informou o operador.
As agências de investigação de acidentes aéreos do Reino Unido e dos Estados Unidos anunciaram o envio de equipes para auxiliar os técnicos indianos.
O presidente da companhia aérea, Natarajan Chandrasekaran, disse que foi estabelecido um centro de emergência com uma equipe de apoio para as famílias em busca de informações.
A Tata Group, empresa proprietária da Air India, ofereceu uma ajuda financeira de dez milhões de rúpias (aproximadamente R$ 647 mil, na cotação atual) às "famílias de cada pessoa que perdeu a vida nesta tragédia" e prometeu cobrir as despesas médicas dos feridos.
A Índia já teve vários acidentes aéreos, inclusive a colisão, em 1996, de dois aviões nos céus de Nova Delhi, que deixou quase 350 mortos.
Em 2010, um avião da Air India Express caiu e explodiu no aeroporto de Mangalore, no sudoeste da Índia, matando 158 dos 166 passageiros e tripulantes a bordo.
Os especialistas acreditam que é cedo demais para especular sobre as causas do acidente desta quinta-feira.
X.Dabrowski--GL