
Policiais morrem em confrontos com apoiadores de Morales na Bolívia

Confrontos entre policiais e camponeses que apoiam o ex-presidente Evo Morales e bloqueiam estradas na Bolívia deixaram dois policiais mortos e vários feridos nesta quarta-feira, informou o Ministério de Governo (Interior).
Grupos de apoiadores do líder cocaleiro protestam desde a semana passada contra o governo do presidente Luis Arce, que culpam pela crise econômica e por manipular as instituições para deixar o ex-governante fora das eleições de 17 de agosto.
Os incidentes foram registrados no povoado de Llallagua e em uma via que conecta La Paz a Cochabama, reduto político de Morales.
O Ministro de Governo, Roberto Ríos, relatou "a morte de dois policiais" em Llallagua, e vários feridos. Os fatos aconteceram quando um grupo de policiais sofreu uma emboscada de alguns dos camponeses que bloqueiam as vias. Segundo Ríos, os oficiais "foram assassinados de forma vil por disparos de arma de fogo".
Em Llallagua, de 41,5 mil habitantes, foram registrados ontem os primeiros confrontos entre civis desde o início dos protestos, quando moradores tentaram liberar o tráfego. Segundo a polícia, esses incidentes deixaram 17 feridos: 15 civis e dois policiais. O ônibus privado que transportou os policiais foi incendiado por camponeses, denunciou o dono do veículo.
No centro do país, vídeos divulgados pelo canal de TV estatal TVB mostram policiais liberando vias nos povoados de Parotani e Bombeo, dois pontos de passagem obrigatórios de La Paz para Cochabamba. Segundo a ministra da Saúde, María René Castro, houve confrontos nessas localidades.
O líder camponês David Veizaga, próximo de Morales, denunciou que os militares e policiais têm ordens presidenciais para usar armas de fogo.
O presidente Arce, cujo mandato termina em novembro, havia ordenado mais cedo a militares e policiais a "operação para desbloquear" estradas.
V.Lipinski--GL