
O que muda com as tarifas de Trump e que países elas afetam

Os Estados Unidos vão aplicar a partir desta sexta-feira (1º) sobretaxas à maioria dos seus parceiros comerciais e a setores específicos, como o do cobre.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não aumentará as tarifas aduaneiras sobre o México por 90 dias, para permitir negociações, mas se manteve firme com outros países, como o Brasil, maior economia da América Latina.
- Punição para o Brasil -
As medidas de Trump contra o Brasil são abertamente políticas. Ele anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em parte devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.
Washington adiou a imposição das tarifas de 1º para 6 de agosto, e isentou itens essenciais, como suco de laranja, energia, aeronaves civis e seus componentes, fertilizantes e metais preciosos, entre outros.
O governo americano também sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, um dos juízes a cargo do processo contra Bolsonaro.
- Prorrogação para o México -
Trump informou que vai adiar por 90 dias a imposição de sobretaxas às importações procedentes do México, que estavam sujeitas a impostos suplementares de 30%.
A situação, portanto, permanece inalterada: o México continuará pagando a tarifa de 25% imposta para pressionar o país a combater o tráfico de fentanil, 25% sobre automóveis, 50% sobre o aço e alumínio e, a partir de sexta-feira, 50% sobre o cobre.
Os produtos incluídos no Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (T-MEC) estão protegidos dos impostos, ou seja, a grande maioria.
Segundo o presidente americano, o México "concordou em eliminar imediatamente suas numerosas barreiras comerciais não tarifárias", mas não deu detalhes.
- Coreia do Sul -
Washington e Seul fecharam um acordo segundo o qual as tarifas sobre os produtos sul-coreanos serão de 15%, em vez de 25%.
Trump informou que o país asiático se comprometeu a investir nos Estados Unidos US$ 350 bilhões (R$ 2 trilhões) e a comprar US$ 100 bilhões (R$ 560 bilhões) em gás natural liquefeito "ou outras fontes de energia".
Seul afirmou que as tarifas sobre os automóveis também permanecerão em 15%.
- UE -
As exportações da União Europeia (UE) estão sujeitas agora a tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos, uma taxa mais alta do que antes do retorno de Trump à Casa Branca, mas inferior à sua ameaça de 30%.
"Alguns produtos agrícolas" ficarão isentos dos impostos, ressaltou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que não informou quais.
No ano passado, a Espanha exportou € 16,2 bilhões (R$ 104 bilhões) em mercadorias para os Estados Unidos, seu sexto maior parceiro comercial, segundo o Banco da Espanha.
- Canadá -
Trump advertiu sobre as consequências comerciais para o Canadá após o primeiro-ministro Mark Carney anunciar sua intenção de reconhecer um Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro.
O Canadá se expõe a uma ameaça tarifária de 35% a partir de 1º de agosto, em comparação com os 25% atuais, com isenções-chave.
- Índia -
Os produtos indianos pagarão uma tarifa de 25% para entrar nos Estados Unidos, além de uma "punição" não especificada pela compra de armas e energia russas.
- Cobre -
Trump elevou as tarifas sobre o cobre para 50% a partir desta sexta-feira, mas apenas para produtos que contenham cobre, e não para o metal bruto, o que tranquilizou os profissionais do setor.
Os Estados Unidos também vão aplicar tarifas de 50% sobre as importações de produtos semiacabados de cobre, como tubulações e cabos, além de produtos com alto teor de cobre, como componentes elétricos.
- Pequenos pacotes -
Os Estados Unidos vão eliminar a isenção de impostos para os pequenos pacotes que entrarem no país a partir de 29 de agosto. Essa isenção permitia o envio para o país de mercadorias de valor inferior a US$ 800 (R$ 4,5 mil) sem a cobrança de taxas.
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S.Mazur--GL